Joinville, 03 de abril de 2014 - PUBLICAÇÕES ONLINE
O juiz titular da 8ª Vara Cível de Campo Grande, Ariovaldo Nantes
Corrêa, condenou uma loja de departamento a rescindir o contrato
celebrado com o autor I.V. e a restituí-lo na quantia de R$ 1.674,00,
valor pago pelo colchão não entregue, corrigido pelo IGP-M/FGV desde a
data do desembolso.
O autor alega nos autos que no dia 28 de março de 2009 comprou vários
produtos pelo site da loja ré, no valor total de 2.472,33, que foram
debitados no seu cartão de crédito. Assim, narra que tais compras foram
entregues, com exceção de um colchão King Size Box, de R$ 1.674,00.
Afirma que tentou entrar em contato várias vezes com a ré, por meio
de ligações telefônicas e e-mails, com o intuito de receber o colchão ou
ser ressarcido pelo valor deste. Após um ano sem obter êxito e apesar
de ter cancelado o pedido da compra do colchão, não recebeu o valor
relativo ao produto.
Descreve que houve falha na prestação de serviços pela requerida,
tendo como suficiente para provar a responsabilidade total da loja e os
danos morais causados por ela, em razão da não entrega do colchão e da
não devolução do valor que pagou mesmo após o cancelamento do pedido.
Por fim, argumenta que o produto era presente de casamento para um
parente e, como não o recebeu, teve que comprar em outra loja.
Em contestação, a loja ré aduziu que é apenas intermediadora da
entrega do produto e a culpa pelo fato é da empresa transportadora,
afastando assim o dever de indenizar da fornecedora de produtos e
serviços.
Na decisão, o magistrado observou “a ocorrência de falhas na
prestação dos serviços contratados pelo requerente, o que é causa
suficiente para a rescisão do contrato.
Com a rescisão do contrato
impõe-se, portanto, a restituição das coisas ao status quo ante, ou
seja, o valor pago pelo requerente deve lhe ser restituído. (…) No caso
em exame, verifica-se que o requerente sustenta que sofreu dano moral em
razão da não entrega do colchão e da não devolução do valor que pagou
mesmo após o cancelamento do pedido. Ocorre que o inadimplemento de um
contrato não é suficiente por si só para caracterizar um dano moral,
sendo que caberia ao requerente fazer prova de um dano específico
decorrente desse inadimplemento, o que não fez, pois apenas alegou que o
produto não entregue seria um presente de casamento. A situação
experimentada pelo requerente não passou de dissabor, aborrecimento,
pelo que consta nos autos”.
Processo nº 0022695-86.2010.8.12.0001
FONTE: TJMS
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